Da revitalização de áreas verdes degradadas à realização de jogos colaborativos, eventos e oficinas, existem diversas ações que são possíveis de realizar voluntariamente para mudar a paisagem de uma cidade e as pessoas que vivem nela.
Além de serem formas importantes de participação social, a organização de pessoas por meio de coletivos e a adesão a iniciativas que se apoiam em trabalho voluntário, facilitam a interação entre o poder público e as comunidades, trazendo muitos resultados positivos, inclusive na maneira como interagimos com as cidades.
Nesse sentido, os projetos de transformação do espaço urbano vêm despertando cada vez mais interesse das pessoas e representam uma valiosa ferramenta de transformação social. É o que aponta a urbanista Letícia Sabino. “Contribuir para a mudança de um lugar na cidade é uma ação perene, que nos permite deixar um legado e pode ser aproveitada por muitas outras pessoas ao longo do tempo”, afirma com o conhecimento de causa de quem fundou a SampaPé, em 2012.
Abaixo, confira seis iniciativas que atuam no Brasil:
SampaPé (São Paulo-SP)
O coletivo nasceu com o intuito de construir uma nova relação entre moradores e uma das maiores metrópoles do mundo, promovendo passeios a pé pela cidade de São Paulo.Além de promover caminhadas, também atuou, ao lado de outras organizações, junto ao poder público,pela aprovação da Paulista Aberta, que abre à população uma das principais avenidas da cidade aos domingos e feriados.
A-braço (Fortaleza-CE)
Iniciado em 2016, o coletivo realiza, com apoio de universidades e das comunidades, intervenções físicas que dão cara nova a espaços públicos vazios ou subutilizados da capital cearense, como a praça Sapiranga. O coletivo A-braço organiza eventos, congressos, oficinas e workshops sobre urbanismo, bem como jogos educativos relacionados aos vários aspectos da cidade, além disso, faz pesquisas, produz e divulga material científico sobre as áreas de interesse do grupo.
MOB (Brasília-DF)
O coletivo MOB – Movimente e Ocupe seu Bairro – surgiu por meio da união de cinco amigos urbanistas, e busca mudar a cidade a partir do olhar das pessoas. O MOB propõe alternativas para que todos possam vivenciar mais suas cidades e que sejam participantes ativos da transformação do seu entorno. Periodicamente, mobiliza voluntários para trazerem mais cor e vida a espaços comunitários, como a Praça do Reggae, um bairro de Brasília. Promove também caminhadas, sessões de cinema ao ar livre, oficinas e outras atividades que ajudam a conectar lugares, ideias e pessoas.
416 Norte (Brasília-DF)
Formado quase totalmente por moradores da Quadra 416 Norte, em Brasília, o coletivo aposta na agricultura urbana para fortalecer vínculos comunitários, promover a educação ambiental e proporcionar uma alimentação mais saudável. Em 2014, transformou um gramado degradado em grande horta comunitária. Aberta a todos os habitantes das redondezas, a horta conta com o apoio de mais de 150 vizinhos e mobiliza mais de 30 famílias, que se revezam na manutenção do espaço. Apoiado pela Prefeitura da SQN 416, o coletivo se soma a outros cerca de 20 grupos de agricultura urbana que se movimentam junto ao poder público para regulamentar essa prática no Distrito Federal.
Cidade Quintal (Vitória-ES)
Laboratório de práticas urbanas que acredita que a cidade pode ser o quintal de casa. Para isso, realiza intervenções artísticas e atividades culturais, apoiadas em metodologias colaborativas, que estimulam o surgimento de novas relações entre as pessoas e os espaços. Fomenta a arte urbana, a revitalização, e o embelezamento de espaços públicos, transformando praças, muros e fachadas em verdadeiras obras de arte, sempre sob a inspiração da história e da cultura de cada comunidade.
Teto (Brasil)
A organização tem atuação internacional e está presente em 19 países da América Latina, atuando há mais de 10 anos no Brasil. Busca melhorar as condições de vida e assegurar os direitos das pessoas que vivem em condições precárias nos grandes centros urbanos, capacitando os moradores para que, juntos, possam construir uma sociedade mais justa e superar a condição de pobreza.
Com ajuda de jovens voluntários oferece o desenvolvimento de habilidades como a autogestão e desenvolve soluções que vão desde ações de financiamento até mutirões voltados à construção de moradias. Com atendimento a mais de 120 comunidades, já mobilizou cerca de 40 mil voluntários em todo mundo.
Via Portal Aprendiz.